Seja a história da Dra. Elaine Keener (Glenn Close), ansiosa e angustiada à espera um telefonema que nunca acontece; seja a história da gerente de banco Rebecca (Holly Hunter) que aparentemente parece não trocar sua independência por nada, mas não se contenta em ser apenas uma amante que se descobre grávida e perdida; seja a história de Carol (Cameron Diaz) uma jovem atraente cega que se pergunta da razão de nenhum homem querer algo sério com ela; entre outras, todos esses fragmentos, são ricos de pequenos detalhes, o mais notável são as expressões faciais, os closes de câmera e a excelente atuação das atrizes.
Numa das cenas mais belas e significativas do filme, a cartomante Christine Taylor (Calista Flockhart) lê o destino da Dra. Elaine e seu discurso envolve o que a doutora é, o que ela pensa ser, o que ela finge ser, como ela é boa em fingir, o que ela espera, o que vai acontecer e o que ela sente. O surpreendente é que talvez esse diagnóstico particular de Elaine feito pela cartomante é aplicado à todas as outras mulheres que compõem o filme, até mesmo às personagens periféricas, como a sem teto Nancy (Penelope Allen) ou a namorada (Valeria Golino) da própria Christine que se encontra em fase terminal.
O filme lembra na sua intenção “The Hours”, embora este seja mais fragmentado. É bom considerar também os cinco títulos dos contos: "This is Dr. Keener", "Fantasies about Rebecca", "Love Waits For Kathy", "Goodnight Lilly, Goodnight Christine", "Someone For Rose", todos se completam e mostram uma unidade genérica composta por cada uma das personagens. Sutilezas femininas e emoções entaladas na garganta não faltam nesse filme.
Um comentário:
Esse filme mexe demais com o introspecto...qualquer ser humano nasce e morre só...há pessoas que fazem todo tipo de coisas para não sentirem a solidão...O q não é o caso de seres que vivem da solidão para criar filmes como esse...
Rodrigo Garcia que consegue captar, sentir, absorver o uni-verso feminino...
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