sexta-feira, 7 de abril de 2006

Soneto I - Agora


O que é o agora?
O passado que pasou
O futuro que há de vir
Um fluxo inseparável
Desespero inconsolado
Desamparo amedrontado

Ah, se soubesse porque vim
Se soubesse o que sou
Porque estou aqui
Aonde ei de ir
Caminho desencontrado
Encontro descaminhado

O motivo para sorrir
É o mesmo para chorar
Aquele já se passou
E este insiste em ficar


Compús este soneto na beira da lagoa do Parque do Iberapuera quando não me restava nada mais do que vãs reflexões da contingência "demoníaca", digamos assim, do mundo. A contingência realmente me assusta, pois me sinto tão impotente diante dela.

Um comentário:

Vitor Bustamante disse...

Esse é o soneto! Gostei.