quarta-feira, 26 de julho de 2006

Amnésia. Dir. Christopher Nolan - 2000

Uma narrativa em que você nunca sabe onde é o começo, muito menos aonde dará o fim. O problema é indissolúvel, a linha do tempo, a constituição dos fatos, são os maiores inimigos! A ausência da lembrança do presente, ou melhor, um presente nulo, sem rastros, torna cego e incerto o futuro, e a única coisa a que se pode apegar é um passado que não se sabe bem há quanto tempo já se passou...

Leonard Shelby (Guy Pearce), após uma briga com o assassino de sua esposa, bate a cabeça e é vitimado com uma doença incurável. A perda da memória recente. Tudo o que no presente acontece é instantaneamente esquecido. A história de sua vida já tem um ponto final, é a briga, e sua última visão é o corpo de sua mulher.

Seu objetivo é vingar a morte da esposa e para isso se vale de todo artifício para não se perder em sua investigação. Leonard Shelby, faz das fotos instantâneas de todas as pessoas que conhece, uma espécie de memória artificial. Seu corpo é repleto de tatuagens que dizem cada um de seus passos para cumprir seu objetivo. A história em si não é nada lá grande coisa, é repleta de ação, brigas, fugas e tiros. Mas o que realmente chama a atenção é a originalidade do roteiro. Não é por acaso que concorreu ao Oscar de melhor roteiro em 2000. O diretor Christopher Nolan foi genial! Os fatos são completamente fragmentados, desconexos e sempre faltam elementos que fazem, tanto o personagem, como quem assiste, ter a completa experiência espaço x tempo. Tudo está resumido ao “aqui e o agora” (hic et nunc). É como se a cada instante a vida fosse invadida por um novo renascer. O sujeito e o mundo que o circunda não é um o tempo todo, afinal o tempo não existe, não há cronologia, mas um diferente a cada instante. Não há em quem confiar, pois você nunca tem certeza se conhece efetivamente as pessoas que se aproximam de você. Não há aonde ir, pois você nunca sabe se já esteve lá. Não há o que fazer, pois você nunca sabe se já fez... essa é a grande sacada do filme, Leonard pode se vingar matando o assassino de sua esposa, mas ele nunca se lembrará disso e irá se lançar a cada momento a uma caça infinita...

Leonard Shelby: I have to believe in a world outside my own mind. I have to believe that my actions still have meaning, even if I can't remember them. I have to believe that when my eyes are closed, the world's still there. Do I believe the world's still there? Is it still out there?... Yeah. We all need mirrors to remind ourselves who we are. I'm no different.

Dizem que o tempo cura as feridas. É, parece que é verdade. A última lembrança que tem Leonard é a perda de sua mulher. É sempre como se fosse “ontem”. Leonard Shelby não pode saber quanto tempo já se passou. Sua mulher sempre morre no dia anterior e isso torna sua dor insuportável...

Leonard Shelby: I don't even know how long she's been gone. It's like I've woken up in bed and she's not here... because she's gone to the bathroom or something. But somehow, I know she's never gonna come back to bed. If I could just... reach over and touch... her side of the bed, I would know that it was cold, but I can't. I know I can't have her back... but I don't want to wake up in the morning, thinking she's still here. I lie here not knowing... how long I've been alone. So how... how can I heal? How am I supposed to heal if I can't... feel time?

Vale apena entrar no site official do filme e tentar desvendar o mistério: http://www.otnemem.com


Cenas do filme ao som de Link Park, "In the end":


Assista o Trailer em: Preview MEMENTO at www.videodetective.com

2 comentários:

Valeria Elías disse...

tienes razón, nos entendemos :) gracias por la visita ;) saludos

Fernanda Rubio disse...

Lo interesante es la narración no lineal al igual que en 21 gramos con Sean Penn.

P.D: Qué bueno que volviste a postear!!!
(hay que hacerlo más seguido, je)