segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Trois Couleurs: Bleu. Dir. Krzysztof Kielowski. 1993.


Além de nós mesmos, do que mais precisamos? O que sobra de nós quando perdemos aquilo de que nos servimos para apoiar nossas vidas? O que há de errado com a solidão? O filme “A liberdade é Azul”, do diretor Krzysztof Kielowski, nos orienta a responder tais questões.

Julie (Juliette Binoche), uma famosa modelo, sofre um acidente que é fatal para seu esposo, um renomado compositor erudito, e sua pequena filha. A dor da perda é insuportável para Julie, que passará, de agora em diante, por uma reavaliação pessoal. Ela não tem mais nada daquilo que tinha à segundos atrás; as pessoas que mais amava foram brutalmente arrancadas de seu lado. Quando ela volta à consciência após o acidente, vê, no hospital, pela TV, o funeral com o caixão de seu marido ao lado do de sua filha.

Sua vida entra em crise e ela percebe que deve recomeçar do nada, reconstruir a partir de escombros, a partir de entulhos... Não dá para simplesmente voltar a sua antiga casa e tentar deixar o tempo cuidar das feridas. Ela deve mudar de vida, de casa, de cidade, de hábitos. No entanto, a grande obra de seu esposo, uma canção pela unificação da Europa, a persegue, e Julie vê que necessita terminá-la. A mensagem central do filme é revelada por um simples flautista de rua, mas Julie não compreende bem, embora seja exatamente isso o que ela esteja vivendo: “Todos precisam se apegar a algo”.

Essa mensagem é espantosa. “A liberdade é Azul” nos diz que a solidão é sempre o maior inimigo do homem. Não importa o que seja, sempre o homem deve estar apegado a alguma coisa, a um sonho, a um objeto, a uma outra pessoa... Não importa o que seja. Isso retrata a incompletude humana, a insuficiência do ser humano a si mesmo.

O filme “A liberdade é Azul” é o primeiro filme do diretor Krzysztof pertencente a uma trilogia que se segue com “A igualdade é Branca” e “A fraternidade é Vermelha”, que constituem os ideais da revolução francesa. Não vejo a hora de ver esses outros dois!

Assista ao Trailer:


4 comentários:

Valeria Elías disse...

debe ser muy interesante ya que siempre necesitamos sentir que algo es nuestro, sentir esa responsabilidad, que es en definitiva la que nos aferra a la vida o a la idea que nos separa de la soledad... cuand vea el film te cuento que me pareció ;) besos

Felipe Silva disse...

Sabe o que me fascinou nesse filme? Foi a associação entre Liberdade e sentido à vida.
Estou louco para ver os outros dois da trilogia.

Anônimo disse...

Senti-me leigo ao ver este filme. Faltou-me sensibilidade pra compreender as entrelinhas. Devido às reflexões vista acima pude enxergar melhor o que estava na entrelinhas. Ela se desapega de tudo mas mantem uma relação com o pendente azul. Realmente não se pode viver completamente só. Estar só não é estar livre. O apego nó liberta. Ao apegar-se metaforicamente ao pendente azul ela se liberta. Por isso A LIBERDADE É AZUL. A prostitura também criara vínculos ao pendente. E mesmo ela sendo sozinha havia em meio a rotatividade de homens que havia em sua vida havia espaço para lembraças...para problemas com o pai...vínculos que não se desfazem. A protagonista foi comentado retoma sua vida tb através da música do marido (ou dela, pois o que aparenta é que ele só tocava a sensibilidade que era dela..nisso ela era autonoma. Tanto é que quando ela vai ao escritório havia várias correções a serem feitas e ela é quem as fazia.

Considerações...

vagnofernandes@hotmail.com

Anônimo disse...

Meu texto está cheio de erros, antes que haja critica, mas acho que dará pra entender o que eu disse.