segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Stranger Than Fiction. Dir. Marc Foster. 2006


Harold Crick (Will Ferrell) é um homem sistemático. Sua vida é toda calculada... Seu tempo, seus passos, suas palavras, suas ações... Seu comportamento metódico lhe permite portar-se como espectador de sua própria vida. Auditor da receita federal, Harold Crick percebe numa manhã de quarta-feira uma voz que narra seu momento presente como se ele fosse personagem de um livro de ficção. O que num primeiro momento pode parecer que se trata de uma comédia fraca e com elementos surreais baratos, se revela no decorrer da narrativa um filme com elementos dramáticos relevantes para reflexão.

Saindo completamente da receita das comédias que mensalmente invadem os cinemas, o diretor Marc Forster aposta numa comédia muito original e indiscutivelmente inteligente. A vida metódica e previsível de Crick começa a mudar no momento em que seu relógio inexplicavelmente pára e ele é informado das horas por um estranho na rua para acertar seu relógio, mas o que Crick não esperava é que o horário informado está três minutos atrasado. Quando a voz oculta presume sua morte Harold Crick se desespera. Procurando ajuda de uma psicóloga é desacreditado de que seja possível que ele faça parte de uma narrativa e seu diagnóstico é esquizofrenia. Consciente de que este não é o seu problema Crick procura na faculdade um professor de Teoria Literária, Jules Hilbert (Dustin Hoffman) que decide ajudá-lo a identificar o tipo de história que ele está vivendo e qual o momento exato de sua morte previsto pela narradora.

Crick ciente de seu fim inevitável e natural decide viver a vida. Não conta mais seus passos, não é mais controlado pelo relógio e procura fazer atividades fora de seu hábito, deste modo consegue encontrar espaço em sua vida para uma paixão. A sistematização seguida por Crick na sua vida tornava-o autômato e com um destino fixo e inevitável. Sacar isso foi o grande progresso de Crick que pode a tempo dar mais tempo a si mesmo.

Veja o Trailer:

Um comentário:

Vitor Bustamante disse...

De repente alguma coisa muda e você se vê num mundo novo. No caso do personagem, parecia ter a vida nas mãos, tudo controlado, e depois passa a ver sua vida nas mãos do mundo. Não é isso? Não vi o filme ainda... Tento traçar os caminhos que me são postos na frente ao percebê-los, sem buscá-los ou programá-los mas escolhendo. Como o abandono do egoísmo e o encontro da felicidade. "A sua vida não é sua", é do mundo se assim você escolher, assim poderá viver num mundo não seu, mas de todos.